Mindfulness, mitos e verdades
Por Reconecta em julho 15, 2019
A prática de Mindfulness é aliada da qualidade de vida e esclarecer dúvidas é o primeiro passo para que todos tenham acesso a ela.
O Mindfulness, também conhecido como Atenção Plena, tem se popularizado nos últimos anos, especialmente em função dos inúmeros estudos científicos que comprovam sua eficácia.
Entretanto, como todo assunto ainda pouco conhecido, gera dúvidas, o que cria mitos e preconceitos que precisam ser desmistificados em busca do esclarecimento da população sobre a prática e seus benefícios.
Descubra conosco o que é verdade e o que é mentira sobre o Mindfulness!
“Mindfulness não tem comprovação científica”
Mindfulness é ciência! Existem inúmeros estudos que comprovam sua eficácia. Além dos resultados positivos da prática como terapia complementar no tratamento de problemas de saúde mental, dores crônicas e para melhora da qualidade do sono, entre outras diversas condições, exames de imagem mostram que o cérebro também muda com ele, com efeitos como a desaceleração do envelhecimento cerebral, o aumento de matéria cinzenta e até a diminuição de tamanho em áreas do cérebro associadas à ansiedade, medo e estresse. Saiba mais sobre o Mindfulness e a Ciência aqui.
“Mindfulness é a mesma coisa que meditação”
O Mindfulness é um estado mental de consciência desenvolvido através de técnicas derivadas da meditação, entretanto se diferencia das demais por se desvencilhar de aspectos religiosos, bem como de mantras como apoio, uma vez que usa as sensações corporais e a respiração como âncoras da atenção. Mindfulness também não é só meditação, é a definição de um processo psicológico e de um estado mental de consciência, de estar intencionalmente focado no momento presente.
Por isso, Mindfulness pode sim ser considerado uma forma de meditação, mas nem toda meditação é Mindfulness.
“Mindfulness é religião”
O Mindfulness foi desenvolvido pelo médico e pesquisador Jon Kabat-Zinn, com inspiração nas tradições budistas e adaptação ao contexto ocidental contemporâneo.
A prática de Mindfulness não está ligada a nenhuma doutrina religiosa ou espiritual, tendo como objetivo o desenvolvimento da habilidade de estar atento ao que acontece no presente, com abertura e aceitação.
Ligando as tradições meditativas à ciência, a Atenção Plena se distancia da religião, focando apenas na melhora da qualidade de vida dos seus praticantes.
“Mindfulness é difícil”
A prática do Mindfulness requer dedicação como qualquer objetivo que se tenha na vida, mas não é difícil e os resultados aparecem rapidamente. Estudos mostram que um programa de oito semanas de formação em Mindfulness, com um encontro semanal, associado à uma prática diária de cerca de vinte a quarenta e cinco minutos, permite a percepção das mudanças geradas pela Atenção Plena não só no estado mental do indivíduo, como em sua qualidade de vida e em seu cérebro.
“Mindfulness é terapia”
O Mindfulness é um treinamento da mente, usado como terapia complementar no tratamento de diversos males, mas não podendo ser confundido com psicoterapia.
Seus efeitos são inúmeros e ele pode sim ser utilizado como recurso complementar para o tratamento de problemas de saúde mental e física, como depressão, ansiedade, estresse e dores crônicas, mas jamais substituindo o apoio de um psicoterapeuta.
“Mindfulness tem posturas como Yoga”
A prática do Mindfulness não está associada a posturas específicas, mas sim a posturas confortáveis. Por isso pode ser adotada por qualquer pessoa, inclusive pelas que têm limitações motoras. Além disso, algumas práticas desenvolvem a habilidade de se praticar o Mindfulness até mesmo em movimento.
“É preciso acreditar para ter resultado”
Tudo que o ser humano faz acreditando torna-se mais prazeroso, mas o Mindfulness não depende da crença para oferecer seus resultados.
Os estudos mostram que tempo e regularidade da prática estão muito mais associados aos resultados positivos da Atenção Plena do que a postura de acreditar ou não na prática.
“Mindfulness é esvaziar a mente”
Muito pelo contrário! A prática do Mindfulness busca a conscientização sobre o fluxo dos pensamentos, entendendo que da mesma forma que eles surgem, eles também desaparecem. Com a Atenção Plena o indivíduo ganha a habilidade de observar seus pensamentos, com abertura e aceitação, sem julgá-los.
“Mindfulness muda a forma de sentir”
A prática de Mindfulness muda sim a forma que o ser humano percebe seus sentimentos, mas isso não significa que ele deixa de tê-los e nem que está fugindo deles. Com a Atenção Plena é estimulada a observação sem juízo de valor sobre os sentimentos e sensações, o que também estimula a compaixão consigo mesmo e com o outro, criando uma nova percepção de si e do mundo ao redor.
“É preciso praticar sempre para ter resultados”
Toda prática exige disciplina e o Mindfulness não é diferente. A prática frequente da Atenção Plena é necessária para a manutenção e aumento dos seus efeitos positivos, que são grandes aliados do ser humano para a melhora da qualidade de vida.
“Não existe curso de Mindfulness”
Existe sim! A prática de Mindfulness deve ser responsável, por isso é importante que os estudos sejam feitos por e com pessoas capacitadas. Existem cursos que habilitam os interessados a se tornarem instrutores da prática, assim como existem cursos que permitem aos curiosos aprender muito sobre a Atenção Plena e a forma correta de introduzir a prática na vida.
O Centro Mente Aberta, da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP, é a maior referência em Mindfulness no Brasil.
Referências:
1-Livro “Manual Prático – Mindfulness – Curiosidade e Aceitação, da editora Palas Athena
DEMARZO, Marcelo ; CAMPAYO, Javier García. Manual Prático – Mindfulness – Curiosidade e Aceitação. [S. l.]: Palas Athena, 2015.
2-Livro “Mindfulness é ciência – Da tradição à modernidade”, da editora Palas Athena.
MARTÍ, Ausiàs Cebolla; GARCÍA-CAMPAYO, Javier; DEMARZO, Marcelo. Mindfulness e ciência – Da tradição à modernidade. [S. l.]: Palas Athena, 2016.